Rio é carnaval fora de época. É andar descalça se sentindo dono de rua. É inventar festa sem precisar de feriado oficial. É fazer samba de ação judicial.
Rio é por deveras genial. É resolver a vida em cadeira de praia. É ter natureza como prato principal. É pedir sobremesa sem motivo especial.
Rio é de beleza estrutural. É jantar codorna pra almoçar caviar. É dançar bossa pra alegria chorar. É matar escola pra fazer pele torrar.
Rio é tudo isso e tanto mais. Não há de se entender pelos jornais. Rio é coisa que se experimenta em doses carnais.
Não sei ao certo o porquê, talvez seja pela rotina de viagens, que comecei desde cedo a ver cidades como pessoas.
Escrevi esse texto para uma revista carioca em 2015 e tenho também outros textos sobre Panamá, Brasília, São Paulo, Marrocos, Paris e afins no menu-degustação.
Como cidades são feitas de pessoas, cabe a nós a imaginação de vê-las como tais.
E você, como vê o lugar que estás?